Conheça a Religião Védica – a mais antiga do mundo!
O culto mais antigo dos árias da Índia é a religião védica, assim denominada por causa dos livros sagrados em que está contida; os Vedas. O elemento central, longe de ser representado pela adoração da Divindade, é constituído pelo sacrifício. Este era, no começo, realizado pelo chefe de família e, em seguida, pelos sacrificantes, à frente dos quais estará o brâmane.
O sacrifício, gesto ou palavra ritual, é eficaz por si só: é infalível, tem valor mágico. Não alimenta, não invoca, não exalta a divindade; mas constrange-a, cria-a, porque o mundo – deuses, homens, coisas e eventos – depende de um sacrifício, o ser depende do ato. A prática do culto garante a saúde, riqueza, posteridade, isto é, os bens materiais, limitando-se a isto o ideal védico, humanista e otimista.
As divindades indianas são naturalistas. Das várias forças naturais, às quais o sacrifício manda, surgem por antropomorfismo os vários deuses, antes confundidos com as próprias forças naturais. À esses deuses, em seguida, será oferecido o sacrifício para que sejam propícios. Formam-se, destarte, as grandes personalidades divinas: Varuna, luminoso e justo, conservador da ordem; e Indra, tipo do râjan guerreiro, representante da aristocracia conservadora, o mais celebrado dos deuses.
Há, depois, algumas divindades de origem ritualista: Soma, a bebida sacra oferecida aos deuses, que se torna, por sua vez, um ser divino; Braman, a fórmula ritual, a palavra sacrifical, a que obedecem os próprios deuses, a qual também se torna um ser divino – e no bramanismo é a divindade suprema; Agni, o fogo antes sacrifical, veículo da oferta, depois substância da natureza, pessoa divina.
Filosofia Indiana
A filosofia indiana, como a filosofia grega, surge da religião ou, melhor, da mitologia. Mas, enquanto a filosofia grega, no seu desenvolvimento, se afasta criticamente da tradição religiosa e se torna poderosamente individualista, a filosofia indiana fica, pelo contrário, substancialmente ligada à tradição religiosa e é, geralmente, obra coletiva.
Os princípios da filosofia indiana são anteriores ao pensamento grego, podendo ser colocados pouco depois do ano 1000 a.C.,; e também o seu termo é posterior ao do pensamento grego, porquanto a filosofia indiana chega, mais ou menos, até o ano 1000 d.C.
Depois do ano 1000, a filosofia indiana cessa de ser vital, triunfando o sincretismo neo-bramânico e induísta. O pensamento indiano – que, contrariamente ao pensamento moderno ocidental, não acredita no progresso – não conhece um período correspondente ao que, na Europa, começa com a Renascença, cuja característica e valor estão nas ciências positivas e aplicadas.
Referências Bibliográficas
BURN, Lucilla. O Passado Lendário – Mitos Gregos. São Paulo: Moraes, 1992.
CERAM, C.W. Deuses, Túmulos e Sábios. São Paulo: Melhoramentos, 19.ª edição, 1989.
DUMÉZIL, Georges. Jupiter Mars Quirinus, essai sur la conception indo-européenne de la société et sur les origines de Rome. Paris, Gallimard, 1941.
PADOVANI, Umberto e CASTAGNOLA, Luís. História da Filosofia, Edições Melhoramentos, São Paulo, 10.ª edição, 1974.
© Texto Produzido Por Rosana Madjarof – 08/08/2012 – Respeite os Direitos Autorais