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A Guerra de Tróia – Parte 1

A Guerra de Tróia realmente aconteceu?

A extensão do apelo que a estória tem exercido sobre sucessivas gerações é demonstrada pelos esforços de incontáveis historiadores, arqueólogos e românticos entusiastas para estabelecer a base histórica para a guerra de Tróia. Atualmente, é geralmente aceito que o local foi corretamente identificado no final do século XIX por Heinrich Schliemann no monte Hissarlik, na planície dos Dardanelos, na costa noroeste da Turquia. Entretanto, a afirmação de Schliemann de ter descoberto a Tróia da guerra de Tróia é nos dias de hoje largamente desacreditada.

O monte Hissarlik contém numerosos níveis sucessivos de habitação, e foi num dos mais recentes que Schliemann afirmava ter descoberto o maravilhoso tesouro: esta posição é agora considerada como sendo nova demais da ordem de mil anos, para ter sido destruída pelos gregos dos palácios de Micenas do continente grego. Estes podem ter sido o instrumento de destruição de um dos mais antigos níveis de Hissarlik, o qual parece ter sido queimado até o chão, possivelmente após um cerco, ao redor do período correto (por volta de 1200 a.C.).

Esta Tróia mais antiga apresentava características bastante humildes, mas na sua destruição deve estar a semente da realidade histórica ao redor da qual a lenda surgiu. Entretanto, o desenvolvimento da lenda permanece um mistério com poucas possibilidades de ser solucionado pelos arqueólogos, assim então não havendo perigo que o romântico enigma de Tróia seja destruído.

Seja qual for a base histórica, a guerra de Tróia é o episódio isolado mais importante, ou complexo de episódios, que sobreviveram na mitologia e nas lendas gregas. Os eventos que causaram a guerra e aqueles que se seguiram estão combinados num grupo de estórias conhecidas como o Ciclo Troiano: algumas são conhecidas a partir dos dois grandes poemas Homéricos, a Ilíada e a Odisséia, mas outras partes da estória devem ser reunidas de numerosas outras fontes, indo desde os dramaturgos gregos do século V a.C., até autores romanos mais recentes.

A estória como um todo pode ser comparada a uma ópera wagneriana na sua riqueza e complexidade ao entrelaçar personagens e temas; é bastante romântica e de grande apelo humano, pois, como todos os mitos gregos, trata-se da estória fundamental do homem e sua luta para existir em face do destino e dos deuses.

Um dos primeiros elos da cadeia de eventos que formaram o prelúdio da guerra de Tróia foi forjado por Prometeu, o grande benfeitor da humanidade. Prometeu, um primo de Zeus, tinha dado o fogo aos homens, um elemento cujos benefícios tinham tão-somente sido desfrutados pelos deuses. Tinha também ensinado os homens para oferecer aos deuses apenas a gordura e os ossos em sacrifícios de animais, mantendo as melhores partes para eles próprios. Para punir Prometeu, Zeus o acorrentou num alto penhasco nas montanhas e diariamente enviava uma águia para comer seu fígado, o qual voltava a crescer à noite.

De acordo com algumas fontes, Prometeu acabou sendo libertado por Hércules, mas outras dizem que foi libertado por Zeus, quando finalmente concordou em contar-lhe um importante segredo. Este segredo relacionava-se à ninfa do mar Tétis, que era tão bela que contava com vários deuses entre seus admiradores, incluindo Posídon e o próprio Zeus; entretanto uma profecia conhecida apenas por Prometeu predisse que o filho de Tétis estava destinado a ser mais importante que seu pai. Ao saber disso, Zeus rapidamente abandonou a idéia de ser o pai de um filho de Tétis, decidindo, ao invés, que deveria se casar com o mortal Peleu; o filho nascido deles seria Aquiles, o maior dos heróis gregos em Tróia.

Tétis inicialmente resistiu aos avanços de Peleu, assumindo a forma de fogo, serpentes, monstros e outras formas, mas ele a segurava fortemente apesar de todas as suas transformações, acabando por se submeter. Todos os deuses e deusas do Olimpo, menos uma, foram convidados para o magnífico casamento de Peleu e Tétis; no meio da festa, Éris, a única deusa que não tinha sido convidada, entrou abruptamente no local e atirou entre os convidados o Pomo da Discórdia, com a inscrição “a mais formosa”. Esta maça foi requisitada por três deusas, Hera, Atena e Afrodite. Como elas não conseguiram chegar a um acordo, e Zeus estava compreensivelmente relutante em resolver a disputa, enviou as deusas para terem suas belezas julgadas pelo pastor Páris, no Monte Ida, fora da cidade de Tróia, na orla oriental do Mediterrâneo.

Páris era filho de Príamo, rei de Tróia, mas quando a esposa de Príamo, Hécuba, estava grávida de Páris, sonhou que estava dando à luz a uma tocha donde surgiam serpentes sibilantes, assim, quando o bebê nasceu, foi entregue a uma criada com ordens de levá-lo ao Monte Ida e matá-lo. A criada, entretanto, ao invés de matá-lo, simplesmente o deixou na montanha para morrer; ele foi salvo por pastores, sendo criado para também se transformar em um deles. Enquanto Páris estava vigiando seu rebanho, Hermes levou as três deusas para que as julgasse.

Cada uma ofereceu uma recompensa se fosse a escolhida; Hera ofereceu riqueza e poder, Atena ofereceu habilidade militar e sabedoria e Afrodite ofereceu o amor da mais bela mulher do mundo. Conferindo a vitória a Afrodite, acabou incorrendo na ira das outras duas, as quais se tornaram daí para a frente inimigas implacáveis de Tróia. Logo depois, Páris retornou por acaso a Tróia, onde sua habilidade nas competições atléticas e sua surpreendente bela aparência causaram interesse nos seus pais, que rapidamente estabeleceram sua identidade e o receberam de volta com entusiasmo.

A mais bela mulher do mundo era Helena, a filha de Zeus e Leda. Muitos reis e nobres desejaram desposá-la, e antes que seu pai mortal, Tíndaro, anunciasse o nome do feliz escolhido, fez todos jurarem respeitar a escolha de Helena e virem em ajuda de seu marido se fosse raptada. Helena casou com Menelau, rei de Esparta, e na época que Páris veio visitá-los tinham uma filha, Hermíone.

Menelau recebeu Páris muito bem em sua casa, mas Páris pagou esta hospitalidade raptando Helena e fugindo com ela de volta a Tróia. A participação de Helena nesta situação é explicada de diferentes maneiras nas várias fontes: foi raptada contra a sua vontade, ou Afrodite deixou-a louca de desejo por Páris ou, a mais elaborada de todas, nunca foi para Tróia, e foi por causa de um fantasma que os gregos gastaram dez longos anos em guerra.

Menelau convocou todos os outros pretendentes anteriores de Helena, e todos os outros reis e nobres da Grécia, para ajudá-lo a montar uma expedição contra Tróia, de modo a recobrar sua esposa. O líder da força grega era Agamenon, rei de Micenas e irmão mais velho de Menelau. Os heróis gregos afluíram de todos os cantos do continente e das ilhas para o porto de Áulis, o ponto de reunião a partir do qual planejavam velejar através do Egeu até Tróia. Suas origens e os nomes de seus líderes estão listados no grande Catálogo de Navios próximo ao início da Ilíada.

“As tribos (de guerreiros) vieram como as incontáveis revoadas de pássaros – garças azuis ou cisnes de longos pescoços – que se reúnem nas campinas da Ásia nas correntes de Cayster, e movimentando-se com gritos agudos ao chegarem ao chão, numa frente avançada. Assim, tribo após tribo surgiram de barcos e cabanas… inumeráveis como as folhas e flores em suas estações”.

Alguns dos heróis viera a Áulis mais facilmente do que outros. Ulisses, rei de Ítaca, conhecia a profecia que se fosse a Tróia não retornaria por vinte anos, e então fingiu loucura quando o mensageiro Palamedes chegou para convocá-lo, atrelando duas mulas a um arado e movendo-as para cima e para baixo na praia; mas a farsa de Ulisses foi revelada quando Palamedes colocou o filho pequeno de Ulisses, Telêmaco, na frente das mulas, e Ulisses imediatamente voltou ao normal.

Os pais de Aquiles, Peleu e Tétis, estavam relutantes em deixar seu jovem filho se juntar à expedição, pois eles sabiam estar predestinado que se fosse morreria em Tróia. Numa tentativa de evitar o destino, o enviaram para Ciros, onde, disfarçado como uma moça, se juntou às filhas do rei, Licomedes. Durante esta estada se casou com uma das filhas, Deidaméia, que lhe deu um filho, Neoptólemo.

Ulisses, entretanto, descobriu que os gregos nunca conseguiriam capturar Tróia sem a ajuda de Aquiles; assim foi até Ciros para buscá-lo. De acordo com uma das versões da estória, Ulisses disfarçou-se de mascate, conseguiu entrar no palácio e espalhou suas mercadorias à frente das mulheres; entre as jóias e os tecidos havia armas às quais o jovem Aquiles demonstrou um interesse revelador.

Outra fonte descreve como Ulisses arranjou para que soasse uma trombeta nos aposentos das mulheres: enquanto as filhas genuínas se espalhavam em confusão, Aquiles ficou no seu lugar e empunhou suas armas. Tendo abandonado seu disfarce, Aquiles foi facilmente persuadido a acompanhar Ulisses de volta a Áulis, onde a frota estava se preparando para zarpar.

A grande força grega, cujos maiores heróis eram Agamenon, Menelau, Ulisses, Ájax, Diomedes e Aquiles, estava pronta para partir, mas o vento teimosamente ficou contra eles. Eventualmente, o profeta Calcas revelou que a deusa Ártemis exigia o sacrifício da filha de Agamenon, Ifigênia, antes que o vento mudasse.

Agamenon ficou horrorizado pela profecia, mas a opinião pública o obrigou a obedecer: Ifigênia, chamada sob o pretexto de casar com Aquiles, foi, ao contrário, morta sobre o altar. Algumas fontes dizem que Ártemis ficou com pena dela no último momento e a substituiu por um cervo; de qualquer maneira, o vento mudou de direção e os barcos zarparam.

Algumas vezes se considera que a Ilíada é a estória da guerra de Tróia. De fato, apesar de ela se estender largamente sobre toda a estória, seu objetivo ostensivo, como anunciado nas primeiras linhas, é mais restrito:

“Canto de ira, deusa, a destruidora ira de Aquiles, filho de Peleu, que trouxe incontáveis dores aos Aqueus, e mandou muitas almas valiosas de heróis a Hades, enquanto seus corpos serviam de alimento para os cães e pássaros, e a vontade de Zeus foi feita…”

 


Referências Bibliográficas:

BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia Grega. Petrópolis: Vozes, 7.ª edição, Vol. I, 1991.

BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia Grega. Petrópolis: Vozes, Vol. III, 4.ª edição, 1992.

BULFINCH, Thomas. A Idade da Fábula. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1965.

BURN, Lucilla. O Passado Lendário – Mitos Gregos. São Paulo: Moraes, 1992.

CERAM, C.W. Deuses, Túmulos e Sábios. São Paulo: Melhoramentos, 19.ª edição, 1989.

COMMELIN, P. Mitologia Grega e Romana. Rio de Janeiro: Tecnoprint.

DUMÉZIL, Georges. Jupiter Mars Quirinus, essai sur la conception indo-européenne de la société et sur les origines de Rome. Paris, Gallimard, 1941.

ELIADE, Mircea. História das Crenças e das Idéias Religiosas. Tradução de Roberto Cortes de Lacerda. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1978, tomo I, vol. II, p. 15.

MÉNARD, René. Mitologia Greco-romana. São Paulo: Opus, Volumes I, II, III, 1991.__ PRADEC CULTURAL. Programa Ativo de Desenvolvimento Cultural. São Paulo: Nova Central Editora, Vol. II, p. 677/679.

 

© Texto Produzido Por Rosana Madjarof – 1999 – Respeite os Direitos Autorais

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